domingo, 29 de junho de 2014

Velhice


Não olhes para os riscos que marcam meu rosto;
Não olhes para meu olhar apagado
nem para o meu corpo encurvado.

Carrego nos ombros
tanto tempo vivido.
Tantas horas trabalhadas.

Meu sorriso agora esmaecido,
outrora alegre avermelhado.

Não olhes para meus pés cansados
nem para meu andar desajeitado.

Fui saltitante,
corria pelos vales com alegria.

Hoje prisioneira és minha alma
neste corpo envelhecido.

Sonha com o quebrar dos grilhões,
alçar vôo na eterna liberdade.

Não olhes para esta pessoa,
somente para quem vive aqui dentro
trancada pelo tempo.


Imagem da net (©Pintura de Graça Morais)

quinta-feira, 20 de março de 2014


Outono de ser...

No entardecer
minhas memórias caem
como folhas amarelecidas,
que voam com o vento.

Um caminhar trôpego
que em caminhos floridos percorreram,
misturam-se ao bailados das folhas caidas.

Neste outono de ser
vejo as montanhas com a cor de ouro
pinceladas de lilás, amarelo,
das quaresmeiras que se esquecem do outono.

É sempre primavera mesmo agora
em tons de marron, amarelo,
Sigo passos pequenos,
em jardins de folhas quebradiças.
  
                 

domingo, 19 de janeiro de 2014


Eu Sonho

Despida de razões,
vestida somente de mim,
eu apenas sonho.

Um olhar ao longe,
pincelados com matizes,
vejo minha vida.

                          Perfeito
                          retocado como obra prima.